BIOGRAFIA DE UM CANÁRIO ** ( 4.ª Parte - Final)
A todos os que têm a paciência de me lerem e me dão a honra de seguirem este blog dedico esta pequena história, de minha autoria, sobre a existência de um canário desde que sai do ovo até à altura de ele próprio, seguindo o ciclo da natureza, poder vir a reproduzir-se. Esta foi uma forma de "fugir" às normais postagens de um blogue, que me deu algum gosto, fazendo aparecer um sorriso no rosto de quem lia..
Tenho a presunção de tomar por certo que a maioria gostou e ter-lhes-á aflorado o tal sorriso ao ler a prosa. Outros não terão gostado, mas leram! Possivelmente sorriram e acharam que bem ou mal deviam comentar, dando assim, também, importância ao escrito, pelo que penso que atingi o objectivo que me propus, diversificar e, por momentos, levar a esquecer as agruras da vida fazendo-lhes aflorar nos lábios um sorriso.
O capítulo anterior terminou com este pequeno herói a tomar um banho dado cuidadosamente pelo pai mau (criador) enaltecendo a sua qualidade de vida.
Deixo-vos com a quarta e última parte, usufruam, sorriam e já agora, bem ou mal, comentem!
Falei antes de tempo, a qualidade de vida... foi-se; hoje fui mais uma vez metido numa nova gaiola, desta vez minúscula, durante umas duas ou três horas, deu para perceber que me estava a estrear numa passeata de carro. O pai mau ia com mais dois amigos numa conversa que nunca mais acabava penso que deviam estar a falar de mim apesar de não perceber nada, eram os mesmo que tinham estado lá em casa a olhar atentamente para mim.
Finalmente fui retirado da minúscula gaiola e metido numa parecida com a de lá de casa, estavam lá muitos pais maus e também muitos canários que eu nem sabia que existiam. Os novos pais maus deram-me uma comida parecida com a de lá de casa e água com um gosto meio esquisito esquisito colocando-me de seguida numa… prateleira! Tentei perceber o que se passava perguntando aos outros colegas mas estavam na mesma situação que eu era a primeira vez que ali estavam apesar de alguns já terem andado por outros lados, com algum receio o tempo foi passando até que escureceu e tudo ficou em silêncio.
Com os alvores do novo dia acordei, por acaso bem disposto, ouvia os meus companheiros a falarem uns com os outros assim como uns esquisitos, uns de cores exóticas e outros de bico curvo, a dizerem mais ou menos a mesma coisa, hoje ia ser o grande dia, grande dia de quê? Ia ter mais horas? Hoje não havia tanto barulho como ontem mas estavam lá novos pais maus que deambulavam por entre as prateleiras. Algum tempo depois comecei a ver pais maus a passar em frente a mim com gaiolas, para a frente e para trás, de repente as gaiolas da minha prateleira começaram, também, a ser levadas, até que chegou a minha vez fui também levado. Colocaram-me numa mesa juntamente com outros companheiros, diante de dois pais maus que olhavam com um ar muito sério para nós e de vez em quando falavam baixinho um com o outro, como se não quisessem que os ouvíssemos, mesmo nada percebendo do que eles diziam. Engraçado! O meu mano também estava ali por fim ficamos só quatro em cima da mesa, os outros companheiros foram sendo retirados um a um, se calhar era por isso que um dos pais maus lhes batia com uma varinha nas grades.
Não percebia porque havia colegas a gritar já ganhamos, já ganhamos! Finalmente entendi éramos os últimos de umas dezenas largas da mesma raça e senti que algo de bom me ia acontecer. Puro engano, fui retirado da mesa. O meu mano é que ficou lá e deve ter ganho um prémio, mas não sei o quê, pois colocaram-lhe na gaiola uma espécie de dístico!
No dia a seguir, nunca tinha visto tantos pais maus juntos paravam em frente aos meus companheiros a conversar, em frente ao meu mano e às vezes vinham olhar-me fixamente, não percebia nada do que se passava mas começava a ficar cansado. Um pai mau passou um ralhete a um filhote dele por me ter assustado. Até me magoei numa asa.
Foram cinco dias esgotantes o meu pai mau foi-me buscar ao fim da tarde e zangou-se com outro pai mau que me queria levar, não percebi o que se passava pois o meu pai mau apontava para o meu mano e acenava com a cabeça e o outro apontava para mim. Ao fim de algum tempo o outro pai mau levou o meu mano enquanto o meu pai mau, com ar satisfeito pegava em mim e nos meus colegas e nos metia, de novo, nas gaiolas minúsculas, apara regressar a casa.
Colocado de novo na minha gaiola comecei, no dia seguinte, a dar azo à minha satisfação cantando a plenos pulmões juntamente com os meus colegas, passaram-se assim três meses.
A Primavera estava a chegar os dias eram maiores e com mais luminosidade, a vida sorria-me e eu cantarolava o dia todo: depois havia umas canárias bem giras em frente e nós a quem catrapiscava-mos os olhos, o meu pai mau olhava para mim e para o sitio onde estavam as meninas, havia lá uma que gostava de mim, respondia ao meu canto saltitando junto à grade piando e olhando para mim.
O pai mau é mesmo muito mau, colocou a menina na minha gaiola mas do outro lado de uma grade, até me penduro na divisória só para chegar junto dela, ela, mázinha, faz-me cenas sensuais quando lhe canto… se a apanho!!!
Hoje, o pai mau tem um ninho na mão, está a colocá-lo na parte onde está a já minha namorada, coloca também umas coisas fofas que ela começa a levar para o ninho; olha para mim e... não… não me acredito… ele vai, vai mesmo retirar a grade divisória; salto logo para junto da minha namorada, que contentamento, Yupiiiiiiiii! Yupiiiiiiiii! Yupiiiiiiiii!
FIM
** BIOGRAFIA DE UM CANÁRIO ** (3.ª Parte)
A todos os que têm a paciência de me lerem e me dão a honra de seguirem este blog dedico esta pequena história, de minha autoria, sobre a existência de um canário desde que sai do ovo até à altura de ele próprio, seguindo o ciclo da natureza, poder vir a reproduzir-se. Esta é uma forma de "fugir" às normais postagens de um blogue e também, porque não dizê-lo, divertir-me e fazer com que quem me lê se divirta também.
No capítulo anterior este pequeno herói tinha, já, conseguido sair e voltar para o ninho.
Deixo-vos com a terceira e penúltima parte, usufruam, sorriam e já agora, bem ou mal, comentem!
Já estamos com vinte e cinco dias de vida, o pai mau retirou o ninho da gaiola, isto é só boa vida! Comemos, saltamos de poleiro em poleiro atrás dos nossos pais para nos darem comida, mas são uns cotas, mandam-nos comer directamente dos comedouros, dando-nos cada vez menos comida e às vezes algumas bicadas.
A mamã está a começar a passar-se, por cada bocado de comida que nos dá tira-nos uma ou duas penas, o que nos safa é que já voamos razoavelmente e fugimos; já aprendemos a desenrascar-nos comendo as papas, que o pai mau nos dá, fresquinhas e algumas sementes que vêm juntas. O papá às vezes também se zanga com a nossa pedinchice e bica-nos na cabeça, eu já nem me chego a ele prefiro a mamã mesmo, às vezes, ficando sem uma pena.
É, eu tinha razão, o pai mau sempre não é tão mau assim, ralhou à mamã por nos andar a arrancar as penas, deu-lhe um ninho novo e meteu umas coisas fofas na gaiola que ela leva toda ufana para o ninho.
O papá está muito contente com a mamã, anda sempre de volta dela a cantarolar e a dançar nos poleiros arrastando as asas. Tirando o facto de, sem razão aparente, o papá de vez em quando nos tentar bicar, pode-se dizer que somos uma família feliz.
Hoje, o pai mau separou-nos dos nossos pais canários, ainda somos novinhos, só temos trinta e dois dias, não percebemos porque o faz, será por nos pormos a espreitar a mamã e o papá, na borda do ninho?
Temos uma casa nova com mais meninos como nós, tudo nos é estranho e, porque como não sabemos calcular bem a distância entre poleiros, às vezes parece que estamos a aprender a voar pois as distâncias são bem maiores, para além disso à aqui dois ou três atrevidotes que se metem comigo e com o meu irmão, vou ter que os por finos, a um deles já o biquei para saber quem manda… ah, pois é!...
Não sei não, ou é impressão minha ou nesta casa o rancho é melhorado, comemos muito e bem, apesar de às vezes termos de brigar com os outros por um bocado mais apetecível; como andamos sempre de um lado para o outro não engordamos, o meu irmão deixou de me ligar e eu como paga faço-lhe o mesmo.
Acho que não estou doente mas estão a cair-me as penas, a hora do banho para mim é um bom tónico as novas penas estão a começar a crescer luzidias e sedosas.
Não ando a gostar nada de uma coisa! O pai mau hoje meteu-me sozinho numa gaiola. Passa muito tempo a olhar para mim e de vez em quando fala-me num tom suave, como se eu entendesse o que ele diz.
Tenho já a minha nova fatiota e não é para me gabar mas que tenho cá um estilo que, ninguém duvide, dou um autêntico Adónis! O pai mau até já cá trouxe amigos dele que estiveram um data de tempo a apreciar-me. Sou mesmo bom!
Vem aí trabalho, os cotas aqui do canaril, disseram-me que eu e mais cerca uma dúzia de amigalhaços íamos participar em concursos onde estariam muitas centenas de canários. Já percebo agora o desvelo do pai mau para comigo, até para me agarrar o faz com tanto cuidado como se eu fosse uma valiosa peça de cristal. Tenho nesta já quase oito meses de vida.
Devemos estar perto do grande dia, hoje o pai mau deu-me banho com as próprias mãos, até que não foi muito mau, teve muito cuidado e não me foi nada para os olhos. Secou-me muito bem e meteu-me numa gaiola imaculada. Isto é que é qualidade de vida!
Fonte do texto e todas imagens dos belos canários.
http://canariosarlequimportugues.blogspot.com/
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quarta-feira, 18 de maio de 2011
BIOGRAFIA DE UM CANÁRIO 3ª e 4ª Parte
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