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sábado, 13 de julho de 2013

O menino e o falcão





Era uma vez um menino. Quando o menino tinha 6 anos, ganhou do pai um falcão para treinar. Falcões são aves de rapina, para matar pássaros, o pai lhe dissera, os Caçadores do céu.

O falcão não gostava do menino, e o menino não gostava dele. Tinha um bico afiado que o deixava nervoso, e aqueles olhos brilhantes que sempre pareciam observá-lo. Sempre avançava nele com o bico e as garras quando ele se aproximava: durante várias semanas, o menino ficou com os pulsos e as mãos sangrando. Ele não sabia, mas o pai havia selecionado um falcãp que habitara o mundo selvagem por mais de um ano, portanto era quase impossível domá-lo. Mas o menino tentava, pois o pai ordenara que tornasse o falcão obediente, e o menino queria agradar o pai.

Ele ficava constantemente com o falcão, mantendo-o acordado por meio de conversas com ele, e até tocando música para ele, pois uma ave cansada é mais fácil de ser domada. Ele aprendeu tudo sobre todo o equipamento: as argolas, as capas, as cordas, a coleira que prendia o pássaro ao pulso. Ele devia ter cegado o falcão, mas não conseguiu fazê-lo: em vez disso, tentava sentar onde o pássaro pudesse vê-lo enquanto o acariciava nas asas, tentando conquistar sua confiança. Ele o alimentava com a mão, e inicialmente o pássaro não comeu. Depois comeu com tanta avidez que o bico cortava a palma da mão do menino. Mas o menino estava satisfeito, afinal era um progresso, e ele queria que o pássaro o conhecesse, mesmo que para isso tivesse de consumir seu sangue.

Ele começou a ver que o falcão era lindo, que as asas finas eram feitas para a velocidade de um voo, que ele era forte e veloz, voraz e suave. Quando mergulhava em direção ao chão, movia-se como a luz. Quando aprendeu a voar em círculos e voltar para ele, o menino quase gritou em deleite. Às vezes, o pássaro pulava no ombro dele e colocava o bico em seu cabelo. Ele sabia que o falcão o amava e, quando teve certeza de que não estava apenas domado, mas perfeitamente domado, foi até o pai e mostrou o que fizera, esperando que ele fosse ficar orgulhoso.

Em vez disso, o pai pegou o pássaro, agora domado e dotado de confiança, nas mãos e quebrou o pescoço dele. "Eu disse para torná-lo obediente", ele disse, e derrubou o corpo sem vida do falcão no chão. "Em vez disso, você o ensinou a amá-lo. Falcões não devem ser animais domésticos dóceis: são vorazes e selvagens, ferozes e cruéis. Este pássaro não estava domado, e sim arruinado."

Mais tarde, quando o pai o deixou, o menino chorou pelo animal, até que o pai enviou um empregado para recolher o corpo do pássaro e enterrá-lo. O menino nunca mais chorou, e nunca se esqueceu do que aprendeu: que amar é destruir, e que ser amado é ser destruído.

A Fauna e Suas Belezas !


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Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês.Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapãoEles não têm pouso nem portoalimentam-se um instante em cada par de mãos e partem.E olhas, então, essas tuas mãos vazias,no maravilhado espanto de saberes que o alimentodeles já estava em ti... (Mario Quintana) .

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"A renovação (águia de Fogo) Fenix ...devemos aprender com a águia, a ave que voa mais perto do Céu, que vê longe e também tem mais tempo de vida. Ela pode viver até 70 anos! Mas, para chegar a essa idade, ao chegar aos 40 anos, ela precisa tomar uma decisão muito difícil. Devido às suas unhas estarem muito encurvadas, já não consegue mais agarrar suas presas para se alimentar. E seu bico, longo e pontiagudo, fica curvado, voltando-se contra seu peito. As suas penas crescem e se avolumam demais, de forma que suas asas tornam-se pesadas e, assim, fica difícil para ela voar. Para continuar a viver, ela tem de enfrentar um doloroso processo de renovação, o qual dura 150 dias. Ela se dirige a algum lugar próximo a uma parede – onde não necessite voar. Então, começa a bater o bico contra a pedra, até arrancá-lo. Depois, espera até que lhe cresça um bico novo, para que possa desprender suas unhas, uma por uma. Em seguida, espera que estas cresçam, para que possa arrancar as penas. A águia tem de decidir arrancá-los para que estes sejam renovados. Assim, com o bico, as unhas e asas novas, ela pode voar e sobreviver novamente.”
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